quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

SOBRE O MEU CHAPÉU COCO



Este chapéu é tudo! Já precurei em tudo qué cantim Inté na Feira do Vuco-vuco Budega tintim por tintim Biruta que nem maluco Incrontei na cabeça de Chico Martim!
Hermes Oliveira – Mossoró-RN

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Vejo a vida num enorme atropelo perdendo a essência do normal





Professor Ismael André




Em um mundo desnudo de pobreza
Vejo o poder cada dia mais tirano
Um animal sedento de humano
Empobrece a espécie em singeleza
Alimenta um excesso de riqueza
Gerando um coletivo marginal
Ultrapassando a bandeira social
Resultando num grande desmantelo
Vejo a vida num enorme atropelo
Perdendo a essência do normal.

O homem satirizou seu semelhante
Quando o impôs sem tamanha estranheza
Que haveria uma camada da riqueza
Prepotente, insolente e brilhante
Que faria a outra camada humilhante
Uma parcela enorme e desigual
Que foge as leis do natural
Ficando a mercê de um apelo
Vejo a vida num enorme atropelo
Perdendo a essência do normal.

A camada pobre me causa dor
Somente num lance a olhar
Procurando a cada dia melhorar
Buscando sanar o seu odor
Pichando para si o seu valor
Querendo uma coesão social
Vai cobrindo também o essencial
Desta forma, maquiando o seu zelo
Vejo a vida num enorme atropelo
Perdendo a essência do normal.

Viver é sinônimo de batalha
Onde o grande prêmio é o poder
De nada vale tão somente ser
É preciso ter sem ser gentalha
Não olhar quem come a migalha
Para não se tornar anormal
Caridoso, autêntico e social
Solidário e exemplo de modelo
Vejo a vida num grande atropelo
Perdendo a essência do normal.

O homem precisa urgentemente
Voltar ao processo de humanização
E conforme a lei da criação
Propagar o bem ardentemente
Amando e sendo humildemente
Um ser de ternura sem igual
Deixando seu lado artificial
Sem medo de enfrentar seu pesadelo
Para não ver a vida num enorme atropelo
Perdendo a essência do normal.

Reciclando Poesia - Editora Carolina Cartonera lança mais um livro em Parnamirim

Não se faz necessário temer a morte 
porque um escritor como Francisco Martins é eternizado 
naquilo que ele tem de mais grandioso ─ a palavra.

Não se faz necessário temer a morte 
porque com um trabalho de humilde lavra, 
com papel cartão, tesoura, cola e muita criatividade, 
não se infinda, fica na memória, 
o esforço no coração de cada menino e menina;

Não se faz necessário temer a morte 
um obreiro que labuta a palavra na escola pública 
com o mesmo garbo que se entrega a uma Academia de Letras;

Não se faz necessário temer a morte 
porque sempre será rememorado por cada criança 
do 3º ano B da Escola Municipal Homero Dantas, 
por Sylvania Melo e todos os alunos da Escola Nestor Lima 
e, agora, por Letícia Nunes,
 que hoje autografa seu primeiro livro de outros que virão.
Não se faz necessário temer a morte 
quem coleciona amigos.  
Eles colaboram com suas loucuras e viajam contigo.  
E, enquanto se dedicam ao ofício, colam,
 também, sua amizade, fazendo com que permaneçam assim, para sempre 
(menção honrosa à sua parceira de cartonagem Aracy Gomes 
que terá seu nome eternizado na Biblioteca Escolar da Escola Joana Alves);

Não se faz necessário temer a morte 
quem tem a eternidade já como realidade presente.  
 Já tem vida alongada quem harmoniza a sua linguagem 
com o Livro mais importante de todas as bibliotecas do mundo.
Não se faz necessário temer a morte 
um literato que, por mais que não se anuncie,
 trabalha em favor de um grupo de alunos, sem honorários extras, 
apenas em troca do que um artista merece: 
o reconhecimento que você tem aqui e nas escolas públicas deste município.

Homenagem feita a Francisco Martins, depois da leitura do conto italiano "A Terra onde Não se Morre Nunca", compilado por Ítalo Calvino. (Leia o texto aqui). O escritor potiguar dedicou-se a produção dos livros por uma editora alternativa que utiliza papelão reaproveitado para a publicação - a Carolina Cartonera - com um trabalho pioneiro no Rio Grande do Norte. A partir de um trabalho completamente artesanal, com folhas de sulfite grampeadas e capas de papelão coloridas à mão, Martins oportunizou aos adolescentes da rede municipal de nossa cidade, que seus pensamentos fossem eternizados em um livro: símbolo do projeto "Parnamirim, um rio que flui para o mar da leitura".  Hoje, dia 22 de dezembro de 2015, foi lançado o livro "Sentimentos em Versos", da escritora Letícia Nunes, de apenas 13 anos, aluna da Escola Municipal Joana Alves

 Fonte:http://www.riodeleitura.com.br/2015/12/reciclando-poesia-editora-carolina.html