terça-feira, 19 de dezembro de 2017

CONVERSANDO DE NATAL COM CÂMARA CASCUDO

É quase impossível escrever das coisas passadas sem recorrer a Câmara Cascudo. Agora mesmo, sento-me para trazer aos meus leitores um pouco de conhecimento sobre  a primeira Árvore de Natal, e vejo-me debruçado sobre as anotações cascudianas.
24 de dezembro de 1909, vinte horas, no salão do Natal Club foi inaugurada a primeira Árvore de Natal. Cascudo nos lembra que a ideia foi de Manuel Dantas. Era um pé de jasmim-laranja, todo ornado com papel, bolas de vidro e fios dourados. Quer saber mais sobre esse acontecimento? Leia a crônica "Cinquentenário da Primeira Árvore de Natal". Ainda neste mesmo clima natalino, continuo a ler o Mestre Cascudo, que em outro texto me diz que Papai Noel era figura desconhecida em Natal até 1930 e "nenhuma falta ocasionava essa louvável ausência...Mania de imitação, obediência às modas de fora. Só aceitarei o PAPAI NOEL em Natal quando os CONGOS dançarem em Paris e os CABOCLINHOS em Stockholm (sic)"
Prossegue o cronista afirmando que Thomas Nast, um bávaro, naturalizado americano, que era desenhista, morava em New York e em 1863 desenhou pela primeira vez um Papai Noel, reproduzindo a figura alemã  de Santo Claus. Mas, o que deixava Cascudo feliz era os Presépios, por isso assegura que "Congregação do Natal é o PRESÉPIO". E todo presépio que se preza tem lá as imagens dos Reis Magos. Em Natal as imagens que estão na Capela dos Santos Reis, bairro que antigamente era conhecido pela Limpa, foram enviadas de Portugal por El Rei Dom José, em 1752.

Referência

CASCUDO. Luís da Câmara. O Livro das Velhas Figuras - Volume X.  IHGRN/Sebo Vermelho. Natal, 2009. Páginas 52 a 65.

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